A rubrica dos Colecionadores está de
volta e, desta vez, vem muito bem acompanhada! A escolha foi fácil! A Andreia
Morais, autora do blogue “As gavetas da minha casa encantada”, um mundo mágico
e bonito, onde se aprende todos os dias. A Andreia escreve tão bem que é
impossível não ficar “preso” a cada palavra. Bem, mas vamos à
entrevista?
1. Consideras-te uma “Colecionadora do Mundo”, porquê?
É uma designação
onde nunca me encaixei, talvez por não ser a pessoa mais viajada. Passeio muito
dentro do nosso país, mas além-fronteiras nem por isso. Agora que o perguntas,
em certa medida, acho que sou: porque cada peça que colecionamos, até ser tal como
a adquirimos, pode trazer um pouco de várias zonas do mundo. Além disso,
conseguimos esse passaporte quando pessoas que nos conhecem bem alimentam as
nossas coleções.
2. O que colecionas neste momento?
Neste momento,
tenho uma coleção principal, a dos dedais. Em simultâneo, também vou
colecionando globos de neve, as famosas Pão de Forma e ímanes.
3. Há quanto tempo fazes esta/s
coleção/coleções e quantos elementos tens em cada uma?
A coleção dos
dedais é mais antiga e sou capaz de a ter iniciado em 2013, as restantes foram
surgindo depois disso, quase como um complemento. Ímanes são cerca de 25,
globos e pão de forma tenho 10 de cada. Quanto aos dedais, confesso, já perdi a
conta, mas tenho ideia de já ter entre os 100 e os 150.
4. O que motivou esta escolha? Tens algum
familiar ou amigo que também faça uma coleção semelhante?
Desde pequena que
passeio muito por Portugal, mas nem sempre dei o devido valor a isso. Quando me
tornei mais consciente do privilégio que é contactar com a beleza e a história
de cada lugar, quis trazer um pouco de cada um deles comigo, mas não queria
repetir objetos. No início, correu bem, depois comecei a perceber que isso não
seria sempre possível, porque nem todos os locais têm peças que os diferenciem.
Certo dia, estava na Ciudad Rodrigo, a tentar escolher mais uma recordação,
quando a minha mãe me sugeriu trazer um dedal. E foi a partir daí que comecei a
coleção, porque, se era para repetir, mais valia ter uma narrativa comum.
A coleção de
ímanes começou graças às ofertas de familiares e amigos - e, maioritariamente,
é assim que vai crescendo. A coleção das Pão de Forma vai sendo aumentada
conforme for encontrando representações e cores que me chamem à atenção, porque
sempre fui fascinada por estas carrinhas. A coleção dos globos é uma
alternativa aos dedais.
Quanto à segunda
parte da questão, sim, tenho familiares e amigos que fazem coleções de ímanes.
5. É fácil encontrar “peças” para a tua
coleção? Gostas de qualquer uma ou és esquisita na hora da compra?
Para esta
pergunta, vou-me concentrar só na coleção de dedais, por ser a que assumi com
maior compromisso. Nem sempre é fácil encontrar peças que a complementem,
porque depende muito das zonas que visito e da própria procura turística pelo
artigo em si. Não sou muito esquisita no processo de seleção, só tenho é de
garantir que o nome do sítio está gravado, caso contrário, não me faz muito
sentido. Há modelos que chamam mais à atenção, mas não tenho requisitos
extravagantes. Acho que a minha maior esquisitice [e talvez nem se aplique este
termo] foi quando, nas férias de 2019, tentei que todos os dedais que comprei
pelo Alentejo fossem em cortiça.
6. No futuro, pretendes continuar a dar-lhe
seguimento ou tens outras "ideias de coleção" que pretendes explorar
mais?
Com a pandemia,
as coleções ficaram em pausa, mas quero dar-lhes seguimento. Principalmente, à
dos dedais, porque acaba por ser a mais especial. Assim de repente, não tenho
novas ideias de coleções para explorar, mas não fecho essa porta. Se tiverem
significado, penso que são mais uma maneira de eternizarmos memórias e um pouco
da nossa história.

Fotografia da autoria da Andreia
Fotografia da autoria da Andreia
Fotografia da autoria da Andreia
Fotografia da autoria da Andreia
Andreia,
que entrevista incrível! Muito obrigada! É sempre um gosto ter-te por aqui!
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