Lembro-me
de começar a contar histórias ainda muito nova. Inicialmente, quando aprendi a
ler, “lia para mim mesma” (para treinar) ou para quem quisesse/pudesse ouvir.
Mais tarde, comecei a ler aos pequenotes da família.
Há cerca
de dois anos e, fazendo parte de um grupo de voluntários do Hospital Pediátrico
de Coimbra, fui convidada a contar uma história às crianças que lá passavam as
suas férias. Neste caso, as de Natal. Aceitei de muito bom grado e de forma
imediata, no entanto, fiquei um bocadinho aflita com tamanha responsabilidade.
Fiquei receosa, afinal era um grande desafio. No entanto, sou uma “mulher de
desafios” e, conhecendo-me “como me conheço”, jamais recusaria o convite.
Chegou o
dia e uma diversidade de questões pairava sobre a minha cabeça. Estaria
preparada? As crianças iriam gostar da história e das atividades relacionadas
com ela? Iriam adormecer? Iriam fazer perguntas que “não lembram a ninguém”? Tantos
nervos para… nada! Correu super bem. As crianças adoraram (foi o que disseram pelo menos!). Não adormeceram. Divertiram-se,
assim como eu. Não colocaram questões “do além”. Gostaram das atividades
propostas e, acima de tudo, perceberam a mensagem do livro que era o mais
importante.
Depois do
teste superado, já li imensas histórias aos mais pequenos e posso-vos dizer que
ganhei mais uma paixão. Para além de desafiante, é uma experiência
enriquecedora. Aprendemos tanto (ou mais!)
que as crianças. Assim que houver oportunidade, quero voltar a ser a Marta, a
Contadora de Histórias.
Já alguma vez tiveram
uma experiência do género? Gostaram?