Por trás dos livros #10

Chegámos ao mês de fevereiro e porque não "comemorá-lo" com a rubrica "Por trás dos livros"? Desta vez convidei a Rita Correia, autora do blogue "The Choice" que aconselho a darem uma espreitadela (caso não o conheçam!). 

E sem perder mais tempo, vamos a esta entrevista?

 

1.    Para quem não te conhece do mundo da blogosfera, quem é a Rita?

A Rita é uma miúda (gosto de pensar que não estou com um pé nos 30) sempre cheia de energia, por vezes tímida que adora o mundo dos livros e das séries. Adora viajar, tirar fotos. Ama a vida. Gosto de pensar em mim como uma sonhadora mas sempre com os pés na terra.

 

2.    No teu blogue "The Choice" abordas uma diversidade de temas como séries, filmes, viagens, o teu gosto por fotografia e livros. Sempre gostaste de ler? Quando começou esta paixão?

Exceto os livros da escola que era obrigada a ler, acho que comecei mesmo a gostar de ler por volta dos 14 anos. Lembro-me perfeitamente que o primeiro livro que li foi um da minha mãe: “Queimada Viva”. Logo ali uma estreia bem forte na leitura. O primeiro livro que comprei foi “Filhos da Liberdade” de Marc Levy, mas foi nos livros do Nicholas Sparks e mais tarde nos da Lesley Pearse que percebi o quanto adorava ler. A leitura acompanhou-me em todos os momentos da minha vida nos últimos anos, nos bons e nos maus. Costumo dizer que um livro cura tudo, até um coração partido.

 

3.    Qual foi a melhor obra que já leste até este momento? O que mais te cativou nela?

Nestes últimos 14 anos li muitos livros. Centenas deles. Seria impossível escolher apenas um dentro de todos os géneros ; romance, policial etc. Mas vou escolher um do Nicholas Sparks que será sempre especial para mim por mais romances que leia; Dei-te o Melhor de Mim. Chorei no final do livro. Chorei mesmo muito. Sobretudo quando entendi a razão do título do livro. De facto, o personagem principal tinha dado o melhor de si à sua amada… o seu coração, para que o filho dela pudesse sobreviver.

 

4.    E a que achaste péssima, que foi uma autêntica desilusão? Porquê?

Não gosto de avaliar os livros como péssimos. Talvez … menos bons. Sei que todos os autores se esforçam e dão o seu melhor mas aquela leitura que me marcou mais pela negativa foi “Amor Não Tem Século” de uma jovem escritora aqui da minha zona. O livro está minado de erros do início ao fim. A sério, foi um esforço enorme que fiz para o terminar, mas consegui. Detesto ter livros na estante e saber que ainda não os li. Sinto que estou a pecar. 

 

5.    Já escreveste dois livros e parabéns por isso! Pergunto-te: é fácil ser escritora em Portugal? Quais as maiores dificuldades que sentiste quando publicaste as tuas obras?

Esta é uma das perguntas que coloco aos autores portugueses que tenho entrevistado para o blog e curiosamente, praticamente todos dizemos o mesmo; não, não é nada fácil. As minhas duas obras foram edições de autor porque não tinha meios financeiros que as editoras exigem para a publicação. A maior dificuldade foi mesmo essa; o valor que nos pedem para publicarem a nossa obra. Não gosto de falar mal das editoras, mas admito que Portugal tem um longo caminho a percorrer sobre esse assunto, sobretudo no apoio que dá – ou deveria dar – aos nossos autores. Em Portugal ou tens muito dinheiro para publicar o teu livro ou terás de ser famosa. Daí que muitos de nós optam pelas edições de autor e a partir daí temos de tratar de tudo sozinhos, fazer a nossa divulgação, apresentações, etc. Mas dá-nos uma maior margem de manobra nos custos, exemplares que pretendemos fazer, lucros etc.

 

6.    Tendo em conta que gostas muito de escrever, para quando o próximo livro? Gostavas de o fazer em breve?

Comecei o terceiro há cerca de dois anos, tinha ideias para mais dois, mas por agora abandonei a escrita ficando apenas com o blog. Neste momento tenho outras prioridades e tempo para me dedicar de corpo e alma à escrita é uma coisa que não tenho por agora. Gerir uma empresa tem este lado menos bom. Mas, quem sabe, no futuro termine esses projetos pendentes.

 

7.    Por já teres experiência, o que aconselhas a quem pretende escrever um livro e posteriormente publicá-lo no nosso País?

Uma pergunta difícil, pois cada pessoa é um caso. Regra geral, aconselho sempre a enviarem os vossos livros para variadas editoras para terem vários orçamentos e verem qual se enquadra mais no que podem gastar e naquilo que desejam para o vosso livro. Tenham atenção também aos contratos e o que neles vem incluído. Em último caso, têm sempre edição de autor. Conheço vários autores publicados por editoras que neste momento optam pela edição de autor.

Se for um sonho vosso, correm atrás dele até o realizarem. Não importa quantos obstáculos encontrem pelo caminho, no fim, valerá a pena, nem que seja pela experiência e a sensação que nos dá ter de facto escrito e publicado um livro. Não é para todos.

 

8.    Entrámos agora no novo ano. Quais são os teus maiores desejos?

O mais importante e que peço sempre é ter saúde. Tendo saúde, consigo trabalhar e realizar os meus objetivos. Para este ano gostaria de elevar ainda mais a fasquia da minha empresa, Studio Anchor para quem não conhece, viajar, ler muito, manter o blog ativo, fazer novas amizades, passar tempo com as minhas pessoas… acima de tudo, tenho vontade de viver todos os dias como se o amanhã não fosse chegar.

 

Muito obrigada Rita, por esta incrível entrevista! Espero que tenham gostado! 

 

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